quinta-feira, 21 de julho de 2011

TIME DO CORAÇÃO - HISTÓRIA: BRASIL 4 " MENUDOS DO MORUMBI "


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Seguindo a vertente de um novo modelo administrativo, o São Paulo começou a explorar ao máximo o potencial do Estádio Cícero Pompeu de Toledo. O primeiro evento alternativo lá realizado, dentre o extenso currículo que hoje possui, foi o show da consagrada banda de música "Queen", em 1981. No mesmo ano o Morumbi recebeu também a visita do Papa João Paulo II.
Foi, entretanto, em 1985 que o grupo porto-riquenho "Menudo" se apresentou para um público estimado entre 150 a 200 mil pessoas. Passaram como um furacão, deixando o gramado do estádio irreconhecível. Ao mesmo tempo, um time se tornou famoso justamente por passar por cima de seus adversários como um vendaval.
Composta por jovens revelações, como Müller, Silas e Sídney, além de veteranos como Pita e Careca, a equipe Tricolor comandada por Cilinho logo foi apelidada de "Menudos do Morumbi". A vitalidade do time deixou até o Falcão no banco e levou o clube à conquista de mais um título paulista, desta vez ao superar a Lusa e seu extremo favoritismo.
Logo após a conquista do Paulistão de 1985, teve início a disputa de 1986, em que o SPFC foi extremamente prejudicado exatamente por sua excelência futebolística. Era ano de Copa do Mundo, e os cartolas rivais e da Federação decidiram não paralisar a competição.
Para se ter uma idéia, a Seleção Brasileira que derrotou a Iugoslávia, em amistoso em 30 de abril, contou com nada menos que seis jogadores do Tricolor: Gilmar, Oscar, Falcão, Silas, Müller e Careca. Destes, somente o goleiro Gilmar não foi convocado para a Copa.
O São Paulo levou então o Paulistão em banho-maria. E nem assim os rivais conseguiram vencer o campeonato...
O que valeu para os Menudos naquela temporada foi o Campeonato Brasileiro. Agora sob a batuta de Pepe, o time se mostrou insuperável, só vindo a conhecer a derrota na 17ª rodada. Avançando para as fases finais, deparou-se com o Fluminense nas quartas. Digno de nota foi o espetacular gol de Careca, com a bola batendo no travessão e na trave antes de sacudir as redes. Na Semifinal, deixou para trás o América-RJ, que havia superado o Corinthians. A decisão seria contra o Bugre campineiro.
Decisão é palavra imprópria para descrever o que foi aquela partida: verdadeiro marco para toda uma geração de torcedores.
25 de fevereiro de 1987. O Brinco de Ouro com quase 40 mil pessoas vestidas de verde e super-confiantes na vitória, após o empate em 1 a 1 no jogo de ida. Toda essa pressão resultou, logo aos 6', em gol contra do são-paulino Nelsinho. O Tricolor reagiu, minutos depois, não deixando por menos. Ricardo Rocha empatou, de cabeça.
Eletrizante do início ao fim, o tempo regulamentar terminou assim. A prorrogação seria ainda mais sensacional. Logo no primeiro minuto, Müller avança pela direita e cruza para Pita, que vira o jogo para o São Paulo. O Guarani não se dá por vencido, e empata a partida, novamente, com um cabeceio no ângulo do goleiro Gilmar.
O segundo tempo da prorrogação foi antológico. Aos 5', o zagueiro são-paulino Wagner Basílio não domina a bola e João Paulo, veloz brugrino, avança, rouba a pelota e mesmo sofrendo falta a empurra para o fundo das redes. Virada verde, 2x3.
Parecendo não possuir mais forças, o Tricolor se vê desnorteado em campo. A torcida festeja. A imprensa já dá como certa a peleja. Até mesmo o hino do Guarani começa a ser escutado nos alto-falantes do estádio e nas telinhas por todo o Brasil. Um minuto para o fim. Fogos por toda a região.
E então, o silêncio.
Que foi desaparecendo ao ruído de um pequeno grupo, que comemorava enlouquecidamente, ainda sem entender direito o que havia acontecido.
Wagner Basílio dera um chutão pro alto. Pita, antevendo a salvação, saltou, ganhando de seu marcador, e desviou a bola em profundidade. Careca correu e encheu o pé, afundando a bola com força no gol campineiro!
Mais uma vez tudo seria decidido nos pênaltis. Boiadeiro e Careca perdem suas cobranças. Em seguida, João Paulo também erra e os demais anotam os seus. A vitória estava nos pés de Wagner Basílio, que chutou mal, fraco, mascado. Os locutores já gritavam "Fora!", mas foi gol! A bola entrou mansamente e descansou junto às redes laterais.
Bicampeão, o São Paulo se consagrava assim Bicampeão Brasileiro!

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