quinta-feira, 21 de julho de 2011

TIME DO CORAÇÃO - HISTÓRIA: BRASIL 2 " BRASIL EM TRÊS CORES "


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"O São Paulo é zebra". Assim dizia a crítica especializada em 1977.
O bicampeão Internacional, de Falcão; o Atlético Mineiro, de Cerezo; o Fluminense, de Rivellino e o Flamengo, de Zico, eram mais cotados ao título. Mas o Tricolor se preparou bem para o certame. Trouxe do sul o bicampeão Rubens Minelli; o capitão da seleção uruguaia Darío Pereyra e manteve a boa base que fora campeã paulista de 1975.
A competição seria longa. Fases e mais fases para se decidir o campeão. Na primeira, o São Paulo se classificou em segundo lugar, com 18 pontos, em um grupo de dez times. Na seguinte, novamente se classificou no segundo posto, com sete pontos ganhos e com uma sonora goleada no então favorito Internacional: 4 a 1 em Porto Alegre.
Na terceira fase, a vaga para a semifinal foi conquistada com a liderança do grupo. Foram três vitórias, um empate e somente uma derrota, para o Botafogo-RP, 0 x 1, quando, furioso por ter um gol seu anulado, Serginho deu um pontapé no bandeirinha. Julgado, foi suspenso das finais do campeonato.
Nas semifinais, um confronto inesperado: São Paulo x Operário de Campo Grande. Morumbi lotado (recorde de público do clube até hoje em jogos pelo Brasileirão: 109.584 pessoas), pressão e jogo apertado até os 32' do segundo tempo, quando Serginho inaugurou o placar. A partida acabou 3 a 0 a favor do Tricolor. Com a boa vantagem acumulada, a derrota fora de casa por 1 a 0 no jogo de volta não atrapalhou. Era a hora da grande final...
5 de março de 1978, Mineirão fervendo com 102.974 pessoas e o Atlético Mineiro decidindo o título em sua casa - jogo único -, pelo fato de ter melhor campanha nas fases anteriores. Se o São Paulo não teria Serginho, enfim julgado e suspenso pelo STJD, o Galo não teria também Dadá Maravilha, pelo mesmo motivo.
Estratagemas psicológicos foram adotados de lado a lado, com ameaças de efeitos suspensivos para os dois jogadores. Rubens Minelli então ousou e mandou Muricy, então contundido, encontrar Serginho e mandá-lo para Belo Horizonte. O artilheiro chegou ao Mineirão e apareceu no vestiário trajado com o uniforme de jogo. Foi um alvoroço!
Desconcentrados pelo diz-que-me-diz dos bastidores, os mineiros subiram ao campo e foram surpreendidos pela postura dos jogadores tricolores, que tiveram as melhores chances durante o jogo: Viana acertou o travessão durante o tempo regulamentar e o zagueiro Márcio salvou em cima da linha um cabeceio de Chicão, na prorrogação.
0x0. Pênaltis. Getúlio, ex-jogador do Atlético, passos lentos e firmes, toque forte na bola e a defesa de João Leite. A decisão não começara bem para o SPFC... O Mineirão parecia explodir. Toninho Cerezo foi colocar o Galo a frente, mas também errou. Veio então Chicão. Correu e... Escorregou. João Leite defendeu novamente. O título parecia escapar...
Ziza abriu o marcador para o time de Minas. Peres empatou. Alves recolocou o Atlético na liderança do placar. Antenor, na sequência, acertou o gol para o Tricolor. Se Joãozinho Paulista marcasse o seu, seria muito difícil recuperar. Waldir Peres então se destacou. Herói, quando o adversário ajeitou a bola, deixou sua meta e foi até ele, tirou a bola do lugar e o provocou verbalmente. Pressionado, Joãozinho chutou nas alturas...
Bezerra marcou o seu, elevando a tensão. Vez de Márcio bater, apoiado por mais de cem mil vozes aos gritos de "Galô, Galô, Galô". Lá então Waldir Peres, de novo, foi aprontar com o jogador mineiro, que ficou desconcertado... Veio o chute, chute alto, acima do goleiro, acima do travessão, para fora!
Que virada! Que reviravolta na decisão. O São Paulo assim se sagrava Campeão Brasileiro pela primeira vez. A primeira de muitas de um dos maiores campeões da história.

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